Era uma vez um anjo. Um anjo como todos os outros. Mantinha o seu rosto angelical, a sua alma pura, a sua mente rica e as suas asas gloriosas e brancas como a neve. O seu nome era Rafaelis. Filho de Analísia e Gabriel, dois fieis servidores. Rafaelis era um apaixonado por música e arte. Gostava de passar as suas tardes livres nas nuvens a olhar para os humanos e a tentar perceber o que é o amor (para quem não sabe o passatempo perferido destas criaturas era observar os humanos e as suas vidas insignificantes).

Um dia, o anjo tinha acabado as suas aulas de harpa e tinha ido para a sua nuvem observar. Observou uma rapariga de olhos verdes, cabelos doirados como o ouro e pele branca e macia como a de uma criança... Era proíbido no Reino dos Céus amar mortais ou ter qualquer tipo de sentimento por eles. Mas Rafaelis não aguentou, algo no seu coração bateu forte naquele momento. Uma sensação única de adrenalina misturada com felicidade o deixou como nós cá na terra podemos chamar... Apaixonado. Ele não fazia a menor ideia que se sentia assim por aquela rapariga. Ele não sabia o que era o amor. Ele precisava de respostas e não as encontrava.

No mesmo dia, acabado o jantar o anjo foi para a cama. Não conseguiu dormir. Apenas visionava o rosto da rapariga na sua mente.

Uma semana depois acontecia o mesmo. Um mês depois a mesma coisa. Ele não sabia o que fazer então decidiu que no dia seguinte ia falar com Deus.

Após as suas aulas, foi ao palácio do paraíso, a casa de Deus. Perguntou ao guarda se poderia falar com o seu senhor e este pedido foi aceite. Entrou no salão principal onde estava Deus a beber o seu vinho e a ouvir a sua música angelical. Deus perguntou:

- O que te trás aqui meu filho?

- Preciso de respostas, senhor.

- Respostas para o quê?

- Para o que sinto...

- Oh! Estou a ver! Tens um ‘fraquinho’ pela tua colega do lado, a Danísia? – Deus sorriu.

- Não é bem isso senhor...

- Então?

- Desde que vi uma humana no mundo mortal que me sinto como nunca senti! A minha pele arrepia-se sempre que penso nela, o meu coração palpita de uma maneira absurda e a minha mente relaxa como quando ouço música...

- Tens a certeza do que acabaste de dizer? – Deus olha para ele com um olhar de raiva misturada com desgosto.

- Tenho...

-Estás apaixonado por uma mortal. Violaste a regra principal do Reino dos Céus. Lamento imenso mas vais ser expulso e condenado á vida de um mortal na terra.

- Não! Por favor!

- Levem-no daqui. – Ordena aos guardas.

Rafaelis foi lançado para a terra. Não aguentou a pressão do novo mundo e acabou por morrer de desgosto e depressão.

Não podemos escolher quem amamos!

P.s- Eu sei que os anjos não têm sexos e blablabla, mas neste conto têm. Espero que tenham gostado ;)